quinta-feira, 1 de julho de 2010

beyond every old piece of paper

O preto pairou quando morreste
Tudo o que me prometeste faleceu contigo.
Porque é que o mundo está a girar ao contrário?
Porque é que os meus olhos deixaram de ver as cores?
A minha boca secou
E tudo o vento levou.
Quando o meu coração parou
Deixei de mentir.
O teu toque despertava-me...
Deixava-me ir.
Porque é que a minha mente não me deixa voar?
Tudo mudou, deixou de brilhar,
Porque tu morreste.
Nunca permaneceste onde devias estar
E a meu lado adormeceste.
Contigo esperei
Contigo brinquei
Nos teus braços chorei
A eternidade que sempre respeitei
Ao longo da minha vida.
Sabes, que sempre impliquei
Com tudo o que dizias ou simplesmente sentias?
Aqui estou eu de novo
Ao teu lado
A cometer o pecado
De manter segredo
Segredo o qual é simples de perceber.
Sem ter que se ver
A verdade que existe
Atrás da mentira.
Tentei chamar-te,
Ajudar-te,
Mas nunca, nunca me ligaste.
Quando devia ter sentido que estaria tudo perdido
Acobardei-me.
Imaginei que estava
Num sonho, mas depois
Simplesmente
Acordei.

domingo, 27 de junho de 2010

beyond every mirror reflection

Ninguém te percebe. Todos te acham muito incapaz. Tens medo de tudo e de todos, para ser sincera contigo nunca vi ninguém que afirma ser uma pessoa corajosa, ao fim ao cabo não passar duma pessoa medrosa e medícore. Tem calma, vá. Não te enerves. Não é que me vais bater nem nada assim parecido. Egoísta de merda. Sabes interiormente sempre pensei que conseguisses ultrapassar esses teus traumas e que o teu lado maníaco desaparecesse. Mas o sadismo é bem mais poderoso do que a tua vontade de superar tudo e todos.



Dás-me a volta ao estômago. Enjoas-me mesmo. Dás-me uma vontade tão grande de vomitar. Não passas duma miniatura de pessoa. Uma coisa perturbada, abalada por aquelas memórias que bem sabemos quais são. Devias virar-te e olhar para trás. Vê bem.



VÊ BEM O QUE FIZESTE...e o que perdeste. Só tu e a tua estupidez. Aprende mas é a ver o mundo com outros olhos. PÁRA! Simplesmente pára. Sei que tás a sentir-te uma pessoa degradada mas neste momento só és uma pessoa ingrata e inquieta. Quando deixaste de pedir desculpa por dizeres o que pensas e sentes, todos pensámos que estavas, um pouco melhor por assim dizer. Que te irias recompor. Mas não...para variar não te recompuseste, só ficaste PIOR.



Tou indecisa. Não sei se hei-de dizer se fizese bem ou mal. Se foi uma boa escolha ou uma má escolha. Não sei. Mas vejamos, estás onde estás devido a todas as tuas decisões. Aquelas que tomaste conscientemente. Porque sim nunca tomas decisões inconscientemente. És demasiado racional e armas-te em moralista sem razão aparente. Fogo. A sério afirma-te e encontra-te. Tás a desperdiçar a puta da tua vida. É só isso que sabes fazer...Só isso...



Não tens nem sequer o direito de invejar ou de reclamar, não tens. Nem o de criticar ou observar. Não o podes fazer porque ninguém acredita nas tuas opiniões. Ninguém te leva a sério. Não viveste ainda nada CARALHO! Liberta-te, é só o que te digo. Liberta-te...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

beyond every truth there's an obsession

Num delírio, para todo o lado ela olha. Na insípida esperança de poder voltar a ter uma última tentadora conversa. Transparente a tudo o que a rodeia, os seus olhos não param. Obcecados apenas com uma e com uma apenas missão. As pessoas começam a notar o seu ar nostálgico e perguntam-se “ Mas porque raios?”.
Sentada num baloiço vermelho, num pequeno parque verde que transpira sossego. Ela baloiça e baloiça e baloiça, numa estúpida tentativa de se acalmar e começar a pensar racionalmente, mas é impossível parar com aquela busca. A sua vida tinha sido absorvida pelo momento. Só pensava numa coisa e numa coisa só pensava. Estava a começar maniacamente a pensar que a sua sobrevivência dependia daquele último encontro que tanto deseja.
De noite, mal deitava a cabeça na almofada, o seu subconsciente levava-a por uma das maiores produções existentes até á data na sua vida. Protagonizando essa grande peça sentia uma certa incerteza na realidade que aquela cena emitia.
“-Finalmente… - dizia num tom de satisfação.
-É não é? respondeu com um sorriso possessivo.
-Tenho dado em louca á tua procura. – baixando a cabeça, sussurrou mexendo nervosamente as mãos .
-Desculpa, simplesmente gosto que me procures. Sei que é algo que te magoa, mas é inevitável.
-Eu sei, daí estar sempre a perder-me. Acabando por voltar sempre para…
-Para mim. – interrompeu-a insolentemente e voltou a sorrir como se a sua alma prendesse na cave.
-Sim. Para ti. Tudo vai sempre dar a ti. Aquela esquina ali á direita, vai dar á rua onde nos vimos a primeira vez e aquela rua vai dar ao sitio onde costumávamos ir beber café e aquela aonde costumávamos ir ao cinema.
-É verdade, tens toda a razão. Parece uma maldição – disse num tom irónico e sentido.
-Pois parece. Tanto que me sinto presa a ti e não vejo maneira de me libertar. -concluiu inocentemente.
-
Esse é o problema. Nunca te irás livrar de mim… - respondeu-lhe prendendo-a nas suas palavras conservadoras.”
Tanta vez se tinha vindo a perder nos seus pensamentos idealistas atormentados pela certeza da sua dor futura causada pela pior doença sem cura que existe em todas as espécies, raças e cores. A conversa continuava durante horas e horas, como se dias passassem e ela não dava por isso porque o Sol se mantinha sempre pintado lá em cima. Intacto não adormecia e a Lua não acordava, como se hibernasse.
Repentinamente acordava para a vida com uma lambidela do seu gato, no pequeno nariz. Reclamava e reclamava e reclamava. Ter sido acordada tão manhosamente da melhor peça em que estivera até hoje. Naquele quadro o céu estava azul pintado com umas quantas nuvens solenes, a brisa harmoniosamente juntava todo o tipo de aromas e emoções que estavam a passar por ali naquele momento numa pequena poção infalivelmente demoníaca. O que ela mais estranhava, era o facto de gostar, de se sentir completa ao tomar aquela mistura. Fazia sentir-se meio atordoada, meio perdida para o mundo. Fazia parte duma brilhante jogada de xeque-mate. Sentia-se a viajar. Sentia que tinha vendido a sua adorada alma pudica ao diabo, sem sequer saber no que se estava a meter.
Quando se passeava pela rua, como um corpo morto sem nada lá dentro, depressivamente ria. Ria tão alto que os pássaros fugiam, pensando que fosse ocorrer algo sobrenatural. A sua garganta começava a fechar-se. A rouquidão, começava a atacar violentamente as suas cordas vocais, tornando-as frágeis como as cordas dum violino ou duma harpa.
Quando se passeava pelos corredores vazios, sentia a energia do que ali outrora se passara. “Saberá ela alguma vez no que se meteu?” Nem por isso, porque toda a gente caí nesta armadilha pelo menos uma vez na sua miserável e destrutível vida. Ela continua a sonhar com o papel que protagoniza naquela pintura em que o Sol ainda se mantém intacto naquele jardim onde crianças brincavam alegremente. Ela continua a pensar que vai conseguir. Ela simplesmente continua a jogar. Perdeu o seu caminho naquela ponte entre a realidade e o possível.

domingo, 14 de março de 2010

Deeply Unreal

O ar de repente tornou-se mais leve, a perpétua prisão em que a noite se mantém tornou-se um pouco mais libertadora, dando espaço para me sentir vulnerável. Tantos sinais mal-entendidos ou simplesmente desviados pelo público. A solidão estava a domar os meus pensamentos.
Toda a vida tive alguém em quem me apoiar e naquela altura estava desamparada. Nunca -talvez ‘nunca’ seja uma palavra demasiado forte – talvez… durante um grande espaço de tempo não me haveria passado pela cabeça que pudesse realmente sentir. Com tantos contratempos tornei-me amarga e manipuladora, deixei de ver. Tornei-me uma viciada por assim dizer -talvez esteja outra vez a exagerar, procurava caminhos fáceis e que não me trouxessem consequências, mas mesmo assim aqui me mantenho! A temperatura está a descer e aperto o blusão. Acendo um simples cigarro e começo a fumar muito lentamente, como se cada pedaço de fumo que 'inspirava' fosse um pecado que cometi e um outro pedaço fosse a minha redenção. Sim, sinto-me arrependida por algumas coisas.

Inspiro profundamente e baixo o braço com o cigarro entre os dedos. Por momentos, inclino a minha cabeça para trás e fecho os olhos. Expiro. As ondas do mar estavam a bater-me violentamente nas pernas, quase derrubando-me para cima da fria areia que já teria estado a ferver a meio da tarde daquele incompreensível dia. Lembro-me que algo me mantinha de pé, que não me fez cair na gélida areia. Alguém, quero dizer. Fortes braços me mantinham ali, naquele local tanto fisicamente como mentalmente. Eles apertavam-me com tanta força…quase que me sufocavam, mas ao mesmo tempo davam-me uma sensação agradável de segurança. Se calhar a minha mente estava simplesmente a pregar-me uma partida bastante ilusória. Talvez estivesse a inventar alguém para que pudesse sentir um porto seguro perto de mim. Comecei a sentir uma suave brisa a aproximar-se do meu pescoço - sim, agora tinha a certeza de que era alguém a aproximar-se muito… lentamente. Voltei a fechar os olhos e deixei-me levar pela sensação de conforto. 'Nada é o que parece ser...'. Aquela vertiginosa frase fez-me recordar a minha antiga pessoa e as minhas antigas acções. De um sentimento de segurança e conforto, passei a sentir um certo terror e perigo. A minha mente estava a voltar á assustadora 'zona cinzenta' do meu passado enquanto o meu corpo se mantinha naquela praia, imóvel. Não queria voltar a recordar tudo, não queria voltar a reviver aquela pessoa mesquinha e calculista. Então algo fez a minha mente voltar á praia onde o meu corpo ainda se mantinha. A maré tinha acabado de virar e o mar tornara-se mais sossegado. A sua violência tinha desaparecido quase por completo. Os braços que ainda me seguravam, tinham começado a apertar-me suavemente. Deixei o cigarro cair e esbater a sua cinza na areia gelada. Num certo movimento, completamente involuntário, agarrei nas mãos existentes nos braços que me rodeavam e desvaneci. Bati tão ingenuamente com os joelhos na areia. Sentia-me completamente desesperada. Os mesmos braços que me mantinham segura puxavam-me contra o corpo a que pertenciam.

Não consigo parar de chorar. As lágrimas escorrem maquinalmente pela minha face sardenta. O vento começou a levantar. Está a tornar-se frio e a noite caminha na minha direcção. Quer envolver-me na escuridão na qual outrora tinha sido a minha casa. Ergui a cabeça tão forçosamente. Não me sentia preparada para enfrentar o que quer que estava a acontecer. ‘Demasiadas emoções num dia só’, costumava ouvir de uma qualquer boca alheia. Começo a achar que essa pessoa tinha razão, as emoções espancaram-me tão agressivamente que mal me sinto viva.

Os olhos castanhos já não o estavam, tinham apanhado um tom mais escuro. Um preto sólido como a cor do céu ao bater das doze badaladas. Como se o monstro tivesse voltado para possuir-me. Voltasse para me fazer sentir indefesa e indecisa. Sinto a cabeça a andar a mil, não me consigo concentrar em nada. Esta sensação não me é desconhecida, não por completo. Há anos que nada me desconcertava assim. Sinto-me uma marioneta nas mãos do meu terrífico mestre.

Voltei atrás, como se num estado de hipnose estivesse.

Num só momento, quando deixei de sentir a misteriosa presença que me impedia de despedaçar em mil e um pedaços, após cair e chorar, tudo se resumiu a uma forte pressão de mim contra o seu peito, onde apenas conseguia cheirar o seu perfume com o cheiro salgado do mar. O mar já longe estava. Encontrava-se mais ou menos a uns três metros, mas estava tão revolto como o meu estado de espírito. Sinto tanto ódio. Não consigo assimilar nada do que está a acontecer. Nada faz sentido. Parece que caí num buraco sem fim, parece que continuo a cair sem o conseguir evitar. Todas as cores frias começam a abraçar-me tentando passar-me o seu calor mas meus olhos não me deixaram ver. Apenas sentia aquele precioso encosto que ainda me envolvia. Sinceramente, nunca cheguei ao fundo do poço, nunca bati mesmo no fundo. Apenas sem rumo, sem mapa, sem caminho, sem direcções, sem orientação. Meus olhos ardiam tão fogosamente que se tornava impossível apagá-los.

Ninguém gosta de se sentir perdido, eu que me encontro perdida há anos ainda não encontrei nenhuma placa com direcções, mas uma pessoa tem que continuar para sobreviver. Eu sobrevivi a tudo e continuo a sobreviver. A lição que tenho vindo a aprender diz-nos que devemos lutar mas mantermo-nos onde estamos. As horas passam. Tik…tak…tik…tak, consigo ouvir o tempo a passar no seu relógio. Desviei o meu olhar para a fogueira que outrora tinha estado acesa. Não passava de cinzas. Onde a gloriosa chama mostrara desprezo pelas estrelas Elas que tanto me guiaram e apoiaram…haviam sido gozadas. Começo a questionar-me se devo repensar no que elas me aconselharam.

‘A caminhada mais longa começa com um pequeno e aperfeiçoado passo’, tal como no ballet, o Adagio. Eu já aperfeiçoei os meus passos o suficiente para deixar de ser mesquinha. ‘Vem comigo…’, aquela voz…sei que a reconheço de algum lado. É-me tão familiar. Nem pensei duas vezes, levantei-me da brilhante areia, inspirei fundo e obedeci-lhe cegamente. Deu-me a mão e levou-me dali. Pisquei os olhos num movimento inutilmente involuntário e quando finalmente me consegui aperceber do que se passava à minha volta, senti-me livre. Senti-me um pouco mais feliz, fora da sombra, fora da assombração da noite de dia treze. O vento entrava pela minha garganta como a água entraria num universo alternativo onde estaria a morrer á sede. Aquela liberdade era tão bem vinda à monotonia atordoada pela intenção de criar um mundo á parte. Sim, eu sei no que vivo e também sei que sempre fui um bocado aluada em relação á maioria das pessoas. Sempre quis um mundo à parte, onde ninguém me atacasse pelas costas, que me apunhalasse, que me mentisse ou que me humilhasse. Nas tentativas de criar esta ilusão que me mantinha á parte do meu pior pesadelo, o mundo real, falhei tantas vezes porque havia sempre algo que me fazia voltar á terra. Voltei a fechar os olhos e rezei:

‘Agradável brisa, suave por mim passa. Saboreando-a sinto-me livre, engolindo-a o meu corpo toma vida.’

Quando abri os olhos, apercebi-me do cliché. Estava a cair. A cair e continuava a fazê-lo, como tantas outras vezes fizera. Mas algo diferente havia. Finalmente não me encontrava ali sozinha. Eram milhares de outras almas perdidas embebidas pelo doce sabor da brisa numa manhã de Primavera. Sem qualquer hesitação, agarrei numa mão que sentia perto da minha mão esquerda. Aquela mão emanava calor e adormecia todo o tipo de males que percorriam as minhas veias. Pensei que o meu mundo de fantasia começou a dar frutos, mas não consigo ter a certeza porque está tudo tão real. Virei a cabeça para a direita e vejo-a descer tão rápido como uma chita atrás da sua presa. Virei a cabeça para a esquerda com curiosidade, para tentar descobrir que alma me tinha ajudado nesta regressão. Quando comecei a ver suas roupas, uma simples t-shirt da mesma cor da sua blusa, branco. Tudo branco ou laranja. Bolas, acabei de perder a coragem. Não quero saber quem é o meu salvador, não quero saber o seu sexo, não quero saber a sua cor de pele, não quero saber a cor de seus olhos. Só quero saber que ali estará para sempre – sim, para sempre. Desta vez não exagerei. Momentaneamente dediquei o meu olhar á queda livre que fazia. Achei estranho o chão estar a aproximar-se, visto que aquela queda estava-me condenada a ser eterna. Tentei de tudo para subir, para voltar ao sítio donde a queda começou, mas o começo não existe. Só o fim. Embati de tal maneira no chão. Senti um rol de emoções a subir-me as formas. Estava tudo a tornar-se confuso. Quase como se de um sonho se tratasse. Desmaiei com tudo o que restava de mim.

Acordei. Apetecia-me sorrir. Apetecia-me gritar pelos pulmões. Apetecia-me saltar. Apetecia-me dançar. Apetecia-me fazer tudo. Um barulho ensurdecedor atacou-me de dentro para fora. Levantei-me repentinamente, ao fazê-lo bati tão abruptamente com a cabeça numa gaveta. Sentei-me e pensei duas vezes antes de voltar a abrir os olhos e ver o que me mirava. Inacreditavelmente tudo não passara dum pesadelo, duma aceitação da consciência ao factor da realidade incontestável. Um aviso. Um jogo. Uma tentativa de susto. Um livro por completar.



Concluí que a vida não é feita de quedas, mas sim de termos que nos levantar por nós próprios. Que esta é a nossa única hipótese de tentar. Não de ser feliz, mas de pelo menos procurar a ideologia que nos faz acreditar na felicidade. Era dia catorze e eu sentia um remoinho fantástico que me enrolava num molhe de folhas de palmeira. Levantei-me e sentei-me na minha secretária de carvalho envelhecido e agarrei na minha pena e escrevi:

‘Hoje sei que não vou voltar atrás.
Hoje sei que não vou ter mais medo.
Hoje sei o que aprendi.
Hoje sei o que és e quem és.’

sábado, 27 de fevereiro de 2010

beyond every me

Sinceramente, hoje não tenho nenhuma pseudo/mini/ história ou o que quer que seja. Simplesmente, não estou no melhor momento para escrever. Sinto-me perdida, para variar um bocado...Hoje é mais uma espécie de reflexão, porque há muito que não me sentia assim, com medo do que me rodeia. Não conheço o mundo, não conheço todos os sentimentos, de facto nem sequer me conheço. Sou apenas uma das muitas manchas que existe e que se desaparecesse algumas pessoas, provavelmente as que gozam ou gostam de mim notaria que eu não estava ali. Sei quem sofreria mais...Sei quem se arrependeria por o que disse e fez. Mas não, não planeio desaparecer pelo menos por agora. Pretendo ficar durante mais um bocado e atormentar certas pessoas com quem gosto de filosofar e implicar bastante. Pretendo atingir os meus objectivos mesmo desconhecendo o rumo. Melhor, planeio descobrir os meus objectivos e depois, sim segui-los. Lutar com unhas, dentes. garras e etc. sei que é o mesmo mas pronto.

Sinceramente, sou daquelas pessoas que faz tudo por quem gosta. O céu não é o limite comigo. Se precisam de mim eu sinto-o. É fácil, é as ligações que temos com as pessoas. Se as sentimos a desconectarem-se e realmente nos preocupamos, tornamos o impossível possível para retomarmos a ligação que tínhamos. Só se deixa desperdiçar o que já não queremos. Ao fim ao cabo, acabamos por precisar e querer tudo. Na maioria das vezes, arrependo-me das minhas decisões. Sou tão indecisa que não há comparação possível. Sou ainda mais altruísta e tímida.
Um dia, houve uma certa pessoa que quase todos os dias vejo e me disse algo parecido a isto:

'Tu sabes mais da vida do que os outros. Se conseguires aplicar o que sabes em ti, vais ter uma vida em cheio.'

Isso não me sai da cabeça a sério. Devia ter respondido com as perguntas que me têm atormentado:

'Então e como é que o aplico? Como se nem os outros me dão ouvidos?'

Eu juro que dou tantos conselhos porque mos pedem, ou ás vezes não, mas isso é outra coisa... como estava a dizer, apenas gostava que me dessem o benefício da dúvida, porque pelo que tenho constatado quando não me ouvem acabam por se ver numa embrulhada das grandes e não encontram saída, vindo depois ter comigo outra vez a pedir um ombro amigo ou ajuda.

Sinceramente, não sei se estou ou não a chegar a um limite em que vou começar a deixar de querer saber, o que é difícil para mim. Não consigo separar as cenas. Acabo sempre por confundir tudo e humilhar-me, daí ter desistido de mim e ter começado a viver para os outros que mais precisam de mim e que me merecem, mesmo os que não merecem lá têm um pouco de atenção de vez em quando, apenas por educação. De qualquer dos modos a vida é assim e só nós é que a podemos mudar.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

beyond every song there's a fuckin' short story about a sentence written on a tree

I think about how it might have been
We'd spend out days travelin'
It's not that I don't understand you
It's not that I don't want to be with you
But you only wanted me
The way you wanted me
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"-Poderia ter evitado aquela viagem toda. Aqueles toques inanimados na minha face que me fizeram ceder.
Sempre eu e tu. Sempre. A resistência não é algo que me deixes exibir, porque
tão momentâneamente me roubas
os batimentos do meu coração.
Não é que eu não te perceba, mas não consigo entender. Porque tanto te desejo tanto, como sei que não te posso ter.
Tal como o Fruto Proibido..."
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So, I will head out alone and hope for the best
And we can hang out heads down
As we skip the goodbyes
And you can tell the world what you want them to hear
I've got nothing left to lose, my dear
So, I'm up for the little white lies
But you and I know the reason why
I'm gone, and you're still there
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"-Eu sei...
Não penses que não o sei. Aquela viagem fez-me pensar, fez-me
ver.
Desculpa.
Por favor, olha para mim. Levanta a cabeça e olha-me nos olhos famintos por fitar os teus.
Não sou proibido, sou apenas um erro da natureza. Algo
simplesmente, inatural.
Posso dizer-te o que queres que ouvir, mas não sou assim.
Recuso-me a faze-lo.
Fiz-te ceder, pela fome que tinha pelo prazer de poder ter-te mais perto.
Fiz-te ceder por querer mais do que posso ter.
FIz-te ceder porque sim.
Não te vás embora assim.
Fica comigo aqui.
Sozinhos."
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I'll buy a magazine searching for your face
From coast to coast, or whatever I find my place
I'll track you on the radios, andI'll sign your list in a different name
But as close as I get to you
It's not the same
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Dias. Semanas. Meses. Anos....
Passaram.
E continuam com um vazio. Um pequeno erro. Uma má escolha, uma mau caminho.
Um desvio, uma forte escolha tomada de coração quente e cabeça fria.
Leva a que tudo desabe.
Um futuro perfeito torna-se num pesadelo, numa desilusão fodida em que
aqueles monstros com que sonhamos nos comem na realidade.
Comem-nos e vomitam-nos vezes e vezes
sem conta.
Tornamo-nos vitimas do dia-a-dia.
Sem razão para viver, sem razão para sorrir, sem razão para acreditar em algo
bom.
Procuraram-se durante tanto tempo naquelas cartas, que não preveram
isto.
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"Never, ever thieve. Love each other. Don't decieve"
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Um dia, eles escreveram essa mesma frase numa árvore. Num pequeno pinheiro.
Que ambos haviam plantado em pequenos.
Sim eram amigos, era um amor de infância. Daqueles que não morre.
Mas acabou por morrer...
Até que...voltaram aquele fatidico lugar.
"-Como o pinheiro cresceu. - disse enquanto deslizava a mao pelo tronco acastanhado onde a frase se encontrava escrita. Suspirou."
A neve fazia daquele cenário uma bela paisagem afrodísíaca. Transmitia uma sensação de ternura e calor. Contraditório, não?
"-Sim como cresceu... - sorriu com aquele malicioso e devorador olhar que a seduziu há 21 anos atrás."
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So, I will head out alone and hope for the best
We can pat ourselves on the back
As say that we tried
And if one of us makes it big
We can spill our regrets
And talk about how the love never dies
But you and I know the reason why
I'm gone, and you're still there
I'm gone, and you're still there
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Eles sabiam que um dia se iriam voltara encontrar naquele local.
Ali seguraram pela primeira vez as mãos.
Ali se abraçaram pela primeira vez.
Ali choraram.
Ali morreram.
Ali renasceram.
Ali sorriram.
Ali se beijarão pela primeira vez, sem pressões. Sem contratempos.
Sem arrependimentos.
Com amor e com Futuro.

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We'll talk about how the love never dies
But you and I, you and I know the reason why

domingo, 31 de janeiro de 2010

beyond every curse there's a awful truth

- "O tempo passa e tu não vês, o que á tua frente está. Sintonizado como um simples relógio de cuco adiantado. Sonora dormência em que te encontras, a tua dor torna-se passiva e afecta-nos. Como que uma lâmina nos trespassasse o coração impiedosamente. Um cigarro fumas, ligeiramente o aprovas. Preto e com um aroma sufocante. Talvez chocolate ou baunilha...não nem um nem o outro, é menta. Menta essa que usas desde que nos conhecemos. Como se fosse uma erradica tentação de te submeteres a determinadas ilusões na vida. Qualquer coisa serve, como se de uma roupa se tratasse, tomas a liberdade de a escolher. Caminhos e desvios, sombrios e obscenos, mas ao mesmo tempo confortáveis e acolhedores, luminosos e quentes. Dependes de ti, dos outros e das tuas escolhas. Sem truques ou cartas escolhes apenas vingar-te daquilo que não necessita lembrança. Memórias estão inscritas numa carta, com determinadas imagens a preto e branco dum album de outro mundo. A única coisa com cor é os nossos olhos. Frescos e brilhantes, em contrapartida com a nossa cara pálida e mórbida. 'Moribundo serás até que um novo amanhecer venha', mas esse amanhecer nunca vem. Amaldiçoada pessoa que fostes. Tinhas sangue no teu pescoço e almas presas ás tuas mãos. O que te tornou assim? Num ser abominante e incrédulo? O que terá sido? Diz-me! "
- "Eu digo-te o que foi minha querida pessoa. Paixão pela vida, amor ao próximo. Por vós me vinguei e matei."

Conclusão: Tentemos ao máximo, mas não façamos nada. (melhor conclusão just say it)

sábado, 30 de janeiro de 2010

beyond every great thing

Estou a tentar ver através do teu olhar. Estou a tentar aprender em como acreditar nas tuas mentiras. Consigo cheirar o terror a correr-te no sangue. Eu consigo destruir a tua alma só por amar o teu coração. Quando preciso de falar, agarro-me á tua respiração e desejo a este sentimento, morte. Quando preciso de ser forte, não consigo imaginar o que se passa no mundo que me rodeia. Sei todos os teus desejos. Sei o que é verdade… O que preciso de fazer para apagar aquelas labaredas? O que preciso de fazer para os tornar mentirosos? Como é que eu consigo sentir estes gelados ventos enquanto me seguras as mãos gélidas? Como posso saborear o teu sangue, se falsificas esse teu sorriso? Como se acreditasses em mim… Como se quisesses lutar… Fizeste-me acreditar. Fizeste-me tentar. Obrigaste-me a jurar que iria amar-te enquanto aqui estou deitada. Fizeste-me querer-te tanto…quando me tentava levantar e acordar. Dizes-me que eu sou inútil enquanto te seguro para não caíres do luar passivo que está esta noite. Disseste-mo enquanto me abraças tão fortemente. Estou a tentar dizer-te a verdade mais real que existe mas não te quero magoar porque aqui continuarei deitada enquanto violentamente me usas, quando mais ninguém o fará.